Relativas à palavra “chuva”
e à palavra “sombra”.
Também a frutos e raízes.
Contêm pássaros.
Neles, elas cantam.
De sua fala própria
se diz que farfalham.
Aglomeram-se em parques,
jardins e bosques
e florestas (q. v.).
Atendem
(não atendem)
por nomes diversos.
Às vezes solitárias,
mostram mistério maior.
Comunicam-se entre si
por meios invisíveis aos homens.
São todas uma só.
Jorge Wanderley
quarta-feira, 28 de abril de 2010
domingo, 25 de abril de 2010
Como se te perdesse, assim te quero.
Como se não te visse (favas douradas
Sob um amarelo) assim te apreendo brusco
Inamovível, e te respiro inteiro
Um arco-íris de ar em águas profundas.
Como se tudo o mais me permitisses,
A mim me fotografo nuns portões de ferro
Ocres, altos, e eu mesma diluída e mínima
No dissoluto de toda despedida.
Como se te perdesse nos trens, nas estações
Ou contornando um círculo de águas
Removente ave, assim te somo a mim:
De redes e de anseios
Inundada.
Hilda Hilst
Como se não te visse (favas douradas
Sob um amarelo) assim te apreendo brusco
Inamovível, e te respiro inteiro
Um arco-íris de ar em águas profundas.
Como se tudo o mais me permitisses,
A mim me fotografo nuns portões de ferro
Ocres, altos, e eu mesma diluída e mínima
No dissoluto de toda despedida.
Como se te perdesse nos trens, nas estações
Ou contornando um círculo de águas
Removente ave, assim te somo a mim:
De redes e de anseios
Inundada.
Hilda Hilst
Cânticos (II)
Não sejas o de hoje.
Não suspires por ontens ...
Não queiras ser o de amanhã.
Faz-te sem limites no tempo.
Vê a tua vida em todas as origens.
Em todas as existências.
Em todas as mortes.
E sabe que serás assim para sempre.
Não queiras marcar a tua passagem.
Ela prossegue:
É a passagem que se continua.
É a tua eternidade ...
É a eternidade.
És tu.
Cecília Meireles
Não suspires por ontens ...
Não queiras ser o de amanhã.
Faz-te sem limites no tempo.
Vê a tua vida em todas as origens.
Em todas as existências.
Em todas as mortes.
E sabe que serás assim para sempre.
Não queiras marcar a tua passagem.
Ela prossegue:
É a passagem que se continua.
É a tua eternidade ...
É a eternidade.
És tu.
Cecília Meireles
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